Jornalista colombiano escapa após ser encharcado com gasolina

Nova York, 6 de janeiro de 2011 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) instou hoje as autoridades colombianas a investigar minuciosamente a tentativa de assassinato do diretor de uma emissora provincial de televisão na Colômbia. Mario Esteban López Ortega, conhecido por suas críticas às autoridades locais, escapou de uma tentativa de assassinato na terça-feira após ter sido sequestrado na cidade de Ipiales, departamento [estado] de Nariño.

Lopez, diretor do Canal 22 da televisão local, estava chegando à noite em sua casa quando foi abordado por dois indivíduos que o colocaram a força em seu veículo, segundo as informações da imprensa local. Os agressores colocaram um cabo ao redor do pescoço do jornalista e o obrigaram a dirigir para a periferia de Ipiales, informou a rádio RCN.

Os sequestradores ordenaram que López parasse em um descampado, noticiou a imprensa. Depois de espancá-lo e insultá-lo, os agressores encharcaram o jornalista e seu veículo com gasolina. Enquanto o jornalista reagia, uma patrulha da polícia que passava pela área assustou os captores, que fugiram em seguida, de acordo com a imprensa local.

López, que prestou queixa à polícia, acredita que o ataque esteja vinculado a críticas às autoridades locais e à cobertura sobre o narcotráfico em Ipiales. O jornalista afirmou ter recebido ameaças anônimas por telefone há dois meses.
 
“A tentativa de assassinato de Mario Esteban López é um lembrete alarmante dos numerosos perigos que os jornalistas ainda enfrentam na Colômbia quando informam sobre temas delicados”, declarou Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ. “Instamos as autoridades a realizar uma investigação completa, a localizar os indivíduos que o atacaram e a processar os responsáveis”.

López também afirmou que o prefeito de Ipiales, Gustavo Estupiñán Calvache, o havia ameaçado pessoalmente depois de uma reportagem sobre irregularidades na doação de motocicletas para a polícia local, informou a imprensa. O prefeito teria supostamente dito a López para “ter cuidado” depois de uma conversa sobre a matéria. Em um comunicado publicado sábado no site do município, Estupiñán rechaça categoricamente as acusações de López. E indicou que está ansioso para que as investigações determinem se o incidente teve ou não relação com a atividade jornalística de López.

Enquanto a Colômbia é historicamente um dos países mais letais para jornalistas, o Índice de Impunidade recentemente lançado pelo CPJ apurou que o país apresentou melhoras pelo quarto ano consecutivo, já que a violência fatal contra jornalistas diminuiu e as autoridades tiveram certo êxito em investigar e processar os assassinos de jornalista. A Colômbia ocupa o quinto lugar na lista que identifica os países no mundo onde os jornalistas são assassinados com regularidade e as autoridades se mostram incapazes ou relutantes em processar os responsáveis.