Nova York, 16 de maio de 2012 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condena o atentado de terça-feira contra Fernando Londoño, ex-ministro que atualmente apresenta um programa de rádio. Londoño ficou ferido no ataque à bomba em Bogotá, no qual morreram seu motorista e seu guarda-costas.
“A democracia colombiana depende da capacidade de todos os cidadãos de expressar suas ideias e debater a política através dos meios de comunicação”, afirmou o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon. “Este ataque brutal sufoca o debate”.
Ao que parece, um homem não identificado usando uma peruca e fingindo ser vendedor ambulante foi responsável por conectar a bomba ao veículo blindado de Londoño, que estava parado no trânsito. Londoño sofreu uma concussão e teve ferimentos no peito, mas estava fora de perigo em um hospital de Bagdá, segundo reportagens. Mais de 40 pessoas ficaram feridas.
O controverso Londoño, implicado em uma série de escândalos de corrupção e proibido de exercer cargos públicos por 15 anos, foi ministro do Interior e da Justiça entre 2002 e 2004, durante o primeiro mandato do ex-presidente Álvaro Uribe. Desde que deixou o cargo no governo Londoño é diretor do “La Hora de la Verdad”, um programa de opinião transmitido pela Rádio Súper de Bogotá, e escreve uma coluna para o diário El Tiempo e outros jornais.
Embora o presidente Juan Manuel Santos e outras autoridades colombianas tenham se negado a responsabilizar um grupo em particular pelo atentado, o general Luis Eduardo Martínez, comandante da polícia de Bogotá, afirmou que existe “forte evidência” que o ataque tenha sido realizado pelo grupo rebelde marxista Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, FARC.
Londoño, que era um severo crítico das FARC quando trabalhava para o governo, continuou repreendendo duramente o grupo guerrilheiro em seu programa de rádio e defendendo as políticas conservadoras do governo Uribe. Em seu programa transmitido pouco antes do ataque de terça-feira, Londoño criticou uma proposta de emenda constitucional que abriria as portas para um processo de paz com as FARC, proporcionando imunidade aos rebeldes que abandonassem as armas e permitindo que participassem da política. Informações veiculadas pela imprensa sugerem que o ataque poderia estar relacionado à emenda, cuja votação estava agendada para terça-feira. A emenda foi aprovada pelo Congresso.
Embora a violência política tenha diminuído na Colômbia nos últimos anos, especialmente na capital, o jornalista francês Roméo Langlois está em poder das FARC desde 28 de abril, quando foi capturado durante um confronto entre os rebeldes e as forças armadas.
· Para mais informações e análises sobre a Colômbia, consulte o informe do CPJ Ataques à Imprensa.