Nueva York, 10 de septiembre de 2010–Atacantes desconocidos mataron el sábado a puñaladas al reportero Adams Ledesma Valenzuela en una villa de emergencia de la Ciudad de Buenos Aires, según informes de la prensa local e internacional. El Comité para la Protección de los Periodistas (CPJ, por sus siglas en inglés) instó hoy a las autoridades locales a investigar el caso y enjuiciar a los responsables del homicidio.
Ledesma, 41, repórter de nacionalidade boliviana que trabalhava no jornal comunitário semanal Mundo Villa e era diretor da estação local de televisão Mundo Villa, foi encontrado morto por volta das 4h30 perto de sua casa na Villa 31, um bairro pobre localizado no norte de Buenos Aires, informou a imprensa local. Sua esposa, Ruth Marelene Torrico disse ao CPJ que Ledesma havia saído de casa por volta das 4h00, possivelmente para resolver um problema elétrico no bairro. Ela presume que foi isto o que aconteceu, pois o repórter carregava uma chave de fenda e um detector de tensão elétrica, e era geralmente chamado para realizar pequenos consertos na vizinhança, inclusive durante a noite. O jornalista também era conhecido como líder comunitário no bairro.
As autoridades argentinas não identificaram nenhum suspeito nem revelaram os possíveis motivos do crime, segundo a imprensa local.
Torrico relatou que uma mulher se aproximou quando ela chegou à cena do crime e a avisou que o mesmo poderia acontecer com ela e seus seis filhos se não abandonasse o bairro. Duas mulheres também se aproximaram de sua irmã no dia seguinte e fizeram uma advertência semelhante, contou a esposa do jornalista. Torrico registrou queixa junto à polícia federal e as autoridades designaram agentes federais para patrulhar a casa do jornalista e arredores.
Ledesma costumava informar sobre problemas que afetam o bairro, como as más condições sanitárias e ruas esburacadas da Villa 31, disse ao CPJ o secretário de redação do Mundo Villa, Joaquín Ramos.
Instamos as autoridades argentinas a investigar em profundidade o assassinato do jornalista Adams Ledesma, a determinar se o ataque tem relação com seu trabalho, e a processar os responsáveis”, afirmou Carlos Lauría, coordenador sênior do Programa das Américas do CPJ.
A violência letal contra a imprensa não é comum na Argentina, segundo as pesquisas do CPJ. O último homicídio de um jornalista em represália por seu trabalho ocorreu em 1999, quando Ricardo Gangeme, editor e proprietário da revista El Informador Chubutense foi assassinado na província de Chubut.
O CPJ continuará investigando para determinar se o assassinato de Ledesma tem relação com seu trabalho jornalístico.