Rio de Janeiro, 6 de junho de 2022 – As autoridades brasileiras devem realizar uma busca imediata e minuciosa pelo jornalista Dom Phillips e garantir que ele seja encontrado o mais rápido possível, disse segunda-feira o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ).
Phillips, jornalista britânico freelancer, estava em viagem jornalística no território indígena do Vale do Javari junto com o indigenista Bruno Pereira. Eles deveriam chegar à cidade de Atalaia do Norte, no estado do Amazonas, na manhã de domingo, 5 de junho, de acordo com várias reportagens veiculadas e uma declaração conjunta de dois grupos de defesa dos direitos indígenas.
Phillips e Pereira não chegaram à Atalaia do Norte naquela manhã, levando os membros da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) a procurar por eles, de acordo com essas fontes. A declaração conjunta, assinada pela UNIVAJA e pelo Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato, dizia que a dupla não havia sido localizada até a manhã de segunda-feira.
“O desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips durante uma viagem jornalística na Amazônia brasileira é extremamente preocupante, e as autoridades brasileiras devem trabalhar para localizá-lo e ao seu companheiro de viagem, o indigenista Bruno Pereira, imediatamente”, disse Carlos Martinez de la Serna, diretor de programas do CPJ, em Nova York. “Os jornalistas que noticiam sobre assuntos indígenas realizam um trabalho crucial, e devem poder fazê-lo sem temer por sua segurança”.
Phillips é um repórter freelance que colaborou para The Guardian, Financial Times, Washington Post, New York Times, Intercept e outros veículos internacionais, de acordo com essas reportagens. Em uma declaração, o The Guardian disse que estava “muito preocupado e busca urgentemente informações sobre o paradeiro e as condições do Sr. Phillips”. Em 2018, Phillips noticiou sobre as ameaças representadas pela mineração ilegal e pelos pecuaristas aos grupos indígenas não contatados no Vale do Javari