Rio de Janeiro, 13 de dezembro de 2019 – O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, deve permitir que repórteres de todos os meios de comunicação cubram as entrevistas à imprensa de seu gabinete, afirmou hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
Hoje, as autoridades da cidade impediram jornalistas de meios de comunicação de propriedade do Grupo Globo, como G1, TV Globo e GloboNews, de cobrir uma coletiva conjunta à imprensa com o ministro interino da Saúde e o prefeito, segundo comunicado divulgado pelo G1. O bloqueio ocorreu após o anúncio de Crivella, postado no Twitter em 1º de dezembro, de que seu gabinete não responderia mais a pedidos de entrevistas ou de informações do Grupo Globo, uma das maiores empresas de mídia do Brasil, chamando o jornal do grupo, O Globo, de “panfleto político.”
“É extremamente inapropriado para um funcionário público eleito usar uma conferência de imprensa sobre questões de saúde pública para exercer uma vingança mesquinha contra uma grande organização de notícias”, disse Natalie Southwick, coordenadora do programa das Américas Central e do Sul do CPJ, em Nova York. “O prefeito Crivella deve permitir que os jornalistas do Grupo Globo façam seu trabalho, incluindo a cobertura de notícias municipais e solicitar a prestação de contas de funcionários públicos como ele”.
De acordo com a declaração do G1, o anúncio do prefeito em 1º de dezembro foi uma retaliação aos repetidos pedidos de O Globo para comentar uma notícia sobre investigações sobre suposta corrupção no gabinete do prefeito. Desde então, os repórteres do Grupo Globo foram impedidos de participar de pelo menos duas outras coletivas de imprensa do prefeito, segundo a reportagem do jornal.