São Paulo, 30 de maio de 2019 – As autoridades do Rio de Janeiro devem se esforçar para encontrar e processar os responsáveis pelo assassinato do jornalista Robson Giorno, informou hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
Em 25 de maio, desconhecidos bateram na porta da casa de Giorno em Maricá, cidade litorânea do estado do Rio de Janeiro, e o atraíram para a rua, onde indivíduos que estavam em um carro dispararam seis vezes contra ele, segundo as informações da imprensa. Ele morreu no local, de acordo com essas reportagens.
Giorno fundou o Jornal O Maricá, site que cobre notícias e política locais em Maricá, e foi o principal repórter do site, de acordo com Paulo de Almeida Celestino, presidente da Associação de Imprensa de Maricá, que conversou por telefone com o CPJ.
A polícia do estado do Rio de Janeiro disse ao CPJ, em uma declaração por escrito, que foi aberta uma investigação sobre o assassinato.
“Os meios de comunicação locais são um recurso vital para os cidadãos brasileiros, e sua capacidade de fazer reportagens com segurança é essencial para o fluxo de informações”, disse Natalie Southwick, Coordenadora do Programa da América Central e do Sul do CPJ, em Nova York. “As autoridades brasileiras devem investigar se o assassinato de Robson Giorno está relacionado ao seu trabalho informativo e tomar medidas rápidas para levar os responsáveis à justiça.”
Bárbara Lomba, detetive de homicídios encarregada da investigação, descreveu o assassinato como “uma execução” e “uma emboscada”, segundo o site Maricá Info.
Lomba disse aos jornalistas acreditar que Giorno foi morto por causa de seu trabalho jornalístico ou por sua atividade política, segundo o site de notícias, que informou que Giorno havia anunciado a sua intenção de concorrer a um cargo na cidade.
Em seus artigos no Jornal O Maricá, Giorno frequentemente criticava os políticos locais por suposta corrupção ou ociosidade.
Um dos amigos do jornalista, que pediu para não ser identificado, disse ao CPJ que Giorno havia recebido ameaças, embora o amigo não soubesse o conteúdo ou quem as fez. Giorno havia comprado um carro à prova de balas dias antes de ser morto, acrescentou ele.
Quando perguntado a respeito de quem poderia partir as ameaças, respondeu: “Pode ser de qualquer pessoa, há tantas pessoas … Ele lutou com todos.”
A pesquisa do CPJ mostra que a violência letal do Brasil atinge os jornalistas de áreas do interior e cidades menores com mais frequência do que seus colegas dos principais centros urbanos.