Nova York, 23 de junho de 2017 – As autoridades cubanas devem liberar imediatamente o jornalista independente Manuel Alejandro León Velázquez e devolver seu equipamento, disse hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). As forças de segurança do Estado e as autoridades do Ministério do Interior detiveram León Velázquez por volta das 16h00 de ontem, na província oriental de Guantánamo, de acordo com o seu site de notícias Diario de Cuba e o Instituto Cubano para a Liberdade de Expressão e de Imprensa.
O vizinho do jornalista, Isael Poveda, disse ao Diario de Cuba que viu autoridades chegarem à casa de León Velázquez com a ordem de confiscar equipamentos “contrarrevolucionários”. Segundo Poveda, que é ativista da oposição, a polícia prendeu León Velázquez e pegou um computador, uma câmera Sony, uma cópia da Constituição cubana e documentos de trabalho da casa do jornalista. O CPJ não conseguiu determinar quais documentos foram confiscados.
“Os jornalistas independentes em Cuba devem ser capazes de trabalhar sem a constante ameaça de detenção arbitrária”, disse o Coordenador Sênior do Programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría. “As autoridades cubanas devem libertar Manuel Alejandro León Velázquez e restituir seus equipamentos imediatamente”.
León Velázquez cobre notícias gerais em Guantánamo e em outros estados orientais cubanos para o site de notícias independente Diario de Cuba. Normando Hernández, diretor do Instituto Cubano para a Liberdade de Expressão e de Imprensa, disse hoje ao CPJ que a organização está ciente do caso e falou com o editor de León Velázquez, que confirmou a prisão.
León Velázquez foi detido em várias ocasiões, inclusive em outubro de 2016, enquanto noticiava as consequências do furacão Matthew e em fevereiro de 2017, quando a polícia o deteve por duas horas em um ponto de controle na fronteira entre Guantánamo e Santiago de Cuba, informou o Diario de Cuba.
Um relatório especial do CPJ, de setembro de 2016, sobre a liberdade de imprensa em Cuba apurou que jornalistas independentes continuam a enfrentar a ameaça de detenção arbitrária, e que leis vagas e desatualizadas e limitações ao acesso à internet continuam a retardar o progresso da liberdade de imprensa.