Nova York, 19 de janeiro de 2017–As autoridades hondurenhas devem investigar exaustivamente o homicídio do jornalista televisivo hondurenho Igor Abisaí Padilla Chávez e levar os responsáveis pelo crime à justiça declarou ontem o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). Quatro indivíduos não identificados balearam Padilla em 17 de janeiro no bairro Suyapa na cidade de San Pedro Sula, segundo as informações.
Padilla, de 38 anos, se dedicava à cobertura noticiosa geral e de sucessos para o canal de televisão HCH (Hable como Habla) e dirigia o programa cômico Los Verduleiros, que era transmitido pelo mesmo canal.
A noite a polícia prendeu 18 suspeitos de participar do assassinato e os vinculou com o grupo criminoso Barrio 18, de acordo com informações da imprensa. As informações não continham nenhum indício sobre o possível motivo.
“As autoridades hondurenhas devem fazer tudo o que estiver em seu alcance para realizar uma investigação convincente do assassinato de Igor Abisaí Padilla Chávez, e processar os responsáveis”, declarou o coordenador sênior do Programa das Américas do CPJ Carlos Lauría. “As investigações incompletas dos casos de homicídio de jornalistas transmite a mensagem de que é possível atacar impunimente a mídia”.
Versões da imprensa de Honduras afirmaram que Padilla havia recebido um telefonema de uma mulher que pediu que saísse enquanto filmava um comercial em uma loja local. Quando Padilla saiu, quatro indivíduos armados dispararam repetidamente contra ele. O jornalista foi levado imediatamente a uma clínica privada local, onde os médicos o declararam morto informou o HCH em sua página do facebook.
O proprietário do HCH, Eduardo Maldonado, declarou ao jornal hondurenho El Heraldo que não estava a par de nenhuma ameaça contra Padilla. “Perguntamos a ele se se sentia ameaçado por causa do seu trabalho e ele respondeu que não”, declarou Maldonado ao jornal Las llamadas; telefonemas do CPJ ao HCH não receberam resposta. O diário hondurenho La Prensa citou declarações de amigos do jornalista assassinado nas quais afirmava que o jornalista havia recebido uma ameaça de morte por escrito antes do ataque. O CPJ não pode verificar esta afirmação.
O HCH, em sua página do facebook, citou declarações de Ricardo Castro, diretor da agência técnica de investigação criminal, que se referiu ao crime como “muito planejado”. “Não há dúvida que o objetivo era Igor Padilla. “Quinze minutos depois [do ataque], deslocamos várias equipes para iniciar a investigação”, ressaltou Castro em suas declarações ao HCH.
Policiais da primeira Estação da Polícia Nacional de San Pedro Sula declararam ao CPJ que os funcionários encarregados da investigação não estavam disponíveis para fazer declarações.
Á última reportagem que Padilla realizou antes de morrer, que foi veiculada ontem no canal do You Tube do HCH, era uma matéria rotineira sobre três casos locais isolados de prisão. O jornal La Tribuna descreveu Padilla como muito crítico do governo e das autoridades locais.
Um informe publicado pelo CPJ em 2014 concluiu que o crime organizado e a corrupção em Honduras produziram uma quantidade alarmante de casos não resolvidos de violência contra os jornalistas.