Os terremotos, furacões, tornados, inundações, tsunamis, ciclones, monções, erupções vulcânicas, incêndios, avalanches e deslizamentos de terra podem ocorrer com pouco ou nenhum aviso. Nestes casos, é de se esperar que ocorram interrupções nas comunicações, no transporte e fornecimento de energia elétrica. A capacidade para informar ou divulgar a informação também pode ser prejudicada.
Os terremotos, furacões, tornados, inundações, tsunamis, ciclones, monções, erupções vulcânicas, incêndios, avalanches e deslizamentos de terra podem ocorrer com pouco ou nenhum aviso. Nestes casos, é de se esperar que ocorram interrupções nas comunicações, no transporte e fornecimento de energia elétrica. A capacidade para informar ou divulgar a informação também pode ser prejudicada.
Estabelecer formas para manter as comunicações com colegas é fundamental. Podem ser necessários os rádios bidirecionais, por exemplo, se ocorrer o colapso das torres de telefonia celular. As redações devem se preparar antecipadamente para a possibilidade de ocorrência de desastres naturais na área elaborando planos detalhados de contingência. Os jornalistas designados para a cobertura de desastres naturais no exterior, ou que estejam longe de suas redações, deverão revisar os protocolos de segurança em campo antes de partir.
Os jornalistas freelance devem fazer uma avaliação de risco antes de viajar ao local, identificando potenciais perigos, detalhando planos para comunicar-se com seus editores e com outros, e traçar um plano plausível com múltiplas rotas de saída.
Um desastre natural repentino pode criar oportunidades imediatas para os jornalistas freelance. Mas os colaboradores independentes devem compreender que talvez precisem transpor os riscos e aceitar as potenciais consequências por seus próprios meios. Os jornalistas freelance devem contatar seus editores antecipadamente para assegurar o interesse em possíveis reportagens, e para determinar o nível de apoio institucional que será oferecido por alguma organização de imprensa.
Os jornalistas freelance devem fazer uma avaliação de risco antes de viajar ao local, identificando potenciais perigos, detalhando planos para comunicar-se com seus editores e com outros, e traçar um plano plausível com múltiplas rotas de saída (ver Capítulo 2 – Avaliação e Resposta aos Riscos). Os jornalistas freelance também devem considerar que nível de seguro saúde, de vida e por incapacidade devem possuir, e se suas apólices de seguro excluem o caso de desastres naturais, frequentemente descritos na linguagem das seguradoras como “força maior” (Ver a seção sobre Cobertura de Seguros no Capítulo 1).
Os chefes de redação em áreas propensas a sofrer furacões ou inundações devem preparar e atualizar um plano detalhado de desastre antes de cada estação inclemente. Em regiões onde estas ocorrências são pouco frequentes, os editores devem atualizar seus planos de emergência anualmente na mesma época. O plano anticatástrofe completo deve ser impresso (em um desastre, os computadores, a internet e a energia elétrica podem deixar de funcionar) e deve ser revisado por todo o pessoal. Todos os membros da equipe devem estar a par de suas responsabilidades e dos papéis que se espera que cumpram. Todos devem ter sua própria cópia impressa do plano de emergência e saber onde são guardados os materiais para emergências.
O plano anticatástrofe deve incluir os números de telefone fixo, números de celulares e endereços de e-mail pessoais de todos os funcionários e contratados da redação, junto com informações sobre os familiares diretos, conforme o Guia para informar sobre desastres e crises do Centro Internacional de Jornalistas (ICFJ, sigla em inglês). O plano deve incluir um mapa com o endereço de cada funcionário claramente indicado, identificando quais pessoas estão autorizadas a administrar CPR ou alguma outra técnica de primeiros socorros, e quem tem um veículo de dupla tração. Em áreas propensas a sofrer desastres, a direção deverá garantir que muitos membros da equipe estejam treinados para prestar os primeiros socorros básicos. (Para segurança do pessoal, o plano não deve ser divulgado publicamente nem ser afixado em algum local visível ao público).
Inclua informação de contato para uso de autoridades governamentais, assim como equipes de emergência em temas relacionados à segurança para repórteres ou redações. Os contatos devem incluir agências de resposta e socorro a emergências em nível local, regional e nacional, junto com peritos independentes. Inclua instruções para o funcionamento da redação em caso de emergência. Se somente um número limitado de membros da equipe pode ter acesso à redação durante uma emergência, deverá ser capaz de publicar ou transmitir informações. A direção deve preparar seus funcionários para assumir estas tarefas caso necessário.
Todos os jornalistas deverão averiguar que tipo de equipamento e outras provisões devem ser guardados em locais seguros em caso de cortes no fornecimento de energia elétrica ou outros tipos de interrupções. Como parte do equipamento de reserva, deverá haver geradores, luzes de emergência, baterias, rádios bidirecionais com baterias para reposição, dispositivos de localização GPS, kits de primeiros-socorros e equipamentos adicionais para um primeiro auxílio. Alimentos embalados ou enlatados, água mineral, colchonetes e cobertores também podem ser úteis em áreas propensas a desastres.
Os veículos de imprensa deverão ser equipados com dispositivos de emergência, incluindo kits de primeiros-socorros, sinalizadores e cobertores. Os diretores devem pesquisar onde conseguir veículos de aluguel em uma emergência, equipamentos de comunicação, geradores e outros equipamentos, e incluir estas informações, juntamente com dados de contato, no plano antidesastres. Deverá considerar a conveniência de contar com contratos por emergências vigentes com provedores locais de transporte, segundo recomenda o Centro Internacional de Jornalistas (ICFJ). A direção também deverá saber como obter combustível de reserva em uma emergência.
Mapas grandes e impressos deverão ser guardados nas redações, marcados com a localização de hospitais, prontos-socorros, incluindo hospitais especializados em pediatria, refúgios, centros de transporte, escolas e outros edifícios que possam ser usados para abrigar famílias ou refugiados durante uma crise. Os mapas topográficos e físicos deverão estar ao alcance da mão para ajudar a identificar os perigos, como regiões baixas onde as inundações são mais prováveis.
Os dados digitais da redação devem ter suas correspondentes cópias de segurança e devem estar guardados em ao menos um servidor localizado em outro local. Os dados importantes que estão impressos devem ser copiados e armazenados em outro local.
Evite colocar-se em situação de risco. Isto só o transformaria em uma preocupação a mais para as equipes de emergência e para seus colegas. Os jornalistas devem trabalhar em equipes de pelo menos duas e preferencialmente três pessoas durante a cobertura de desastres naturais; um dos membros da equipe deve se encarregar de levar um pequeno kit de primeiros-socorros. Os equipamentos impermeáveis devem estar facilmente disponíveis e devem ser usados conforme a necessidade. Leve consigo informações que incluam o tipo de grupo sanguíneo e alergias, preferencialmente em uma nota plastificada e pendurada em seu pescoço.
Os repórteres e editores também deverão monitorar as condições em que se encontram as estradas e todas as formas de transporte de um local a outro, e manter-se informados sobre as condições mutáveis. As informações sobre as rotas de evacuação deverão ser levadas e atualizadas quando necessário. O melhor modo de acessar uma área talvez não seja a melhor maneira de sair dali. Devem ser planejadas múltiplas vias e rotas de viagem de contingência a todo o momento. Os desastres naturais podem acarretar uma série de outros problemas, desde vazamentos de gases tóxicos até doenças transmitidas pelas águas.
Esteja sempre consciente das circunstâncias ao redor. Um dos membros da equipe deverá estar atento a qualquer mudança e encarregado de manter e atualizar as estratégias de evacuação. Os níveis de água podem subir, as linhas de energia elétrica podem entrar em colapso, tubulações de gás podem explodir, incêndios podem se espalhar e criminosos podem se aproximar. Os membros da equipe podem levar consigo apitos, caso se separem, como recomenda a Federação Internacional de Jornalistas. Viajar acompanhado de seguranças privados talvez seja aconselhável quando ocorrem saques ou outros crimes durante um desastre natural.
Os jornalistas que viajam para áreas de desastre no exterior ou áreas perigosas a certa distância da redação deverão equipar-se com dispositivos GPS, telefones por satélite portáteis e rádios de onda curta para monitorar as transmissões internacionais se a transmissão local for interrompida. Uma vez no local, assegure-se de ter suficiente água, alimentos e baterias (ou outra fonte de reserva de energia para as comunicações).