Nova York, 11 de julho de 2012 – Agressores desconhecidos usaram explosivos, granadas e armas para atacar, na terça-feira, três meios de comunicação no norte do México, causando danos materiais, mas sem deixar feridos, segundo as informações da imprensa.
Dois dos ataques ocorreram contra os suplementos semanais do diário El Norte, na cidade de Monterrey. O jornal informou que ambos cobrem eventos sociais. O edifício do La Silla, localizado ao sul da cidade, foi atingido por um artefato explosivo por volta de 4h30, o que danificou a frente do imóvel, informou a imprensa. O prédio do La Silla foi atacado quatro vezes desde 2006, segundo o jornal Vanguardia. Por volta das 4h00, homens armados não identificados dispararam contra as instalações do Linda Vista, situado no norte da cidade, de acordo com informações da imprensa. Os agressores também lançaram uma granada contra o edifício que danificou a sua fachada e algumas janelas, segundo as reportagens.
Em Nuevo Laredo, a sede do jornal El Mañana foi atingida por um artefato explosivo por volta das 6h00, informou o diário. A explosão danificou a fachada do prédio, segundo a reportagem. O El Mañana já foi atacado no passado. Em 11 de maio, agressores armados detonaram um explosivo em frente ao edifício e depois atiraram contra a fachada e o estacionamento, informou a imprensa. Em 2006, um pistoleiro atirou cinco vezes contra um repórter e lançou uma granada dentro da redação. O repórter está atualmente em cadeira de rodas e o caso não foi solucionado.
“É espantoso que três meios de comunicação mexicanos, dois dos quais foram repetidamente atacados no passado, tenham sido alvo de violência em um único dia”, declarou o coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría. “As autoridades mexicanas devem realizar uma completa investigação sobre estes crimes, proporcionar proteção aos veículos de comunicação, e garantir que os jornalistas possam trabalhar sem temer por suas vidas”.
Os motivos por trás dos três casos são desconhecidos. Nenhum dos jornais realiza a cobertura sobre cartéis de droga mexicanos, que têm aterrorizado e silenciado a imprensa. Depois que foi atacado em maio, o El Mañana publicou um editorial anunciando que, pelo tempo que fosse necessário, não cobriria a disputa entre cartéis de droga no país. “O conselho editorial e a administração desta empresa chegaram a esta lamentável decisão obrigados pelas circunstâncias que todos conhecemos, e pela falta de condições para o livre exercício do jornalismo”, afirmou o editorial.
Muitas organizações de mídia tomaram decisões similares no México, e o El Mañana foi um dos primeiros a interromper a cobertura de todos os confrontos entre grupos criminosos e a tornar pública a sua decisão.
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