Nova York, 26 de julho de 2012 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condena o sequestro de uma jornalista colombiana e insta as autoridades a garantir seu retorno seguro. Élida Parra Alonso, que cobre temas ligados aos direitos das crianças e apresenta um programa na rádio Sarare Estéreo, foi raptada de sua casa na terça-feira, segundo as informações da imprensa.
Emiro Goyeneche, diretor da Sarare Estéreo no departamento [estado] de Arauca no nordeste do país, contou ao CPJ que testemunhas viram dois homens não identificados sequestrando Parra de sua casa e forçando-a a entrar em um veículo. Goyeneche afirmou que Parra faz a cobertura de questões vinculadas aos direitos das crianças, um tema politicamente sensível na região, mas disse que a jornalista não havia recebido ameaças.
Parra também realiza trabalho social para a Oleoducto Bicentenario, uma empresa que está construindo um oleoduto que será o maior do país, disseram ao CPJ jornalistas locais. Gina Paola Uribe Villamizar, engenheira do oleoduto, também foi raptada de sua casa na terça-feira, segundo a imprensa. As autoridades indicaram a repórteres que os dois casos estão relacionados, mas não forneceram mais detalhes.
Nenhum grupo se responsabilizou pelo sequestro, segundo as informações veiculadas.
O grupo paramilitar colombiano Exército de Libertação Nacional (ELN) emitiu um comunicado há dois meses advertindo que qualquer pessoa que trabalhasse para o oleoduto seria considerada objetivo militar, de acordo com um jornalista colombiano que pediu para manter-se anônimo por temor de represálias. Os oleodutos têm sido alvo de grupos guerrilheiros no conflito armado colombiano com frequência. O repórter também disse que, até o momento, não existem provas que conectem a ELN com o sequestro, mas que as autoridades continuavam investigando.
“As autoridades colombianas devem realizar uma profunda averiguação sobre o sequestro de Élida Parra Alonso, garantir seu regresso e processar os responsáveis”, afirmou o coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría.
Em setembro, Goyeneche disse ao CPJ que os jornalistas frequentemente se autocensuram em Arauca para não irritar a guerrilha ou as autoridades locais. O departamento, que é rico em petróleo, é uma ‘zona quente’ no conflito armado colombiano, segundo a pesquisa do CPJ.
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