Nova York, 8 de setembro de 2010–Depois do assassinato na segunda-feira de Alberto Graves Chakussanga, jornalista de uma emissora de rádio crítica ao partido governante, MPLA, as autoridades angolanas devem conduzir uma completa e transparente investigação que explore todas as possíveis pistas e levar os responsáveis à justiça, disse hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas.
Familiares e vizinhos de Chakussanga encontraram o jornalista caído, baleado nas costas, em um corredor de sua casa no distrito de Viana, em Luanda, na manhã de segunda-feira, de acordo com jornalistas locais. Ele era apresentador de um programa semanal de notícias com participação de ouvintes, em língua Umbundu, na emissora privada Rádio Despertar.
Em uma coletiva de imprensa na terça-feira, o secretário do comitê executivo do MPLA para a informação, Rui Falcão, acusou a Rádio Despertar de repetidamente incitar a população a cometer “desobediência civil” desde segunda-feira, em apoio ao antigo movimento rebelde UNITA, de oposição, de acordo com informações da imprensa. As denúncias foram baseadas em entrevistas e comentários que criticava o desempenho do governo. Em um comunicado à imprensa divulgado hoje, a Rádio Despertar rejeita as declarações como “infundadas e difamatórias”, e afirma sua independência editorial. Jornalistas angolanos disseram que a estação tem sido crítica tanto à UNITA quando às autoridades, e que alegam que o governo interfere eletronicamente em sua frequência em regiões de Luanda.