Nova York, 20 de agosto de 2010–Juan Adolfo Fernández Saínz tornou-se hoje o décimo quarto jornalista cubano libertado e enviado para a Espanha, após as negociações de julho entre a Igreja Católica e o governo do presidente Raúl Castro.
“Continuarei trabalhando como repórter, contando ao mundo sobre os sete anos que passei injustamente preso e as histórias dos meus corajosos colegas que permanecem em Cuba”, disse Fernández Saínz ao CPJ.
O jornalista chegou hoje a Madri por volta do meio-dia com sua esposa e seu cunhado, de acordo com informações da imprensa internacional. Após a chegada, ele foi levado para um hotel em Mostoles, 20 km ao sul de Madri, relatou a imprensa.
Em uma entrevista por telefone ao CPJ, Fernández Saínz disse que estava feliz por ter recuperado sua liberdade, mas que desejava ter tido a oportunidade de continuar em Cuba. “Reconheci que deveria ir para a Espanha porque minha família, especialmente minha esposa, estava sendo vítima de um assédio sistemático pelo governo cubano ultimamente; não podíamos mais suportar esta situação”, afirmou o jornalista.
Fernández Saínz, que era correspondente da agência de notícias independente Patria, foi preso durante a grande ofensiva do governo contra a dissidência política e o jornalismo independente em março de 2003, conhecida como Primavera Negra. Seis jornalistas detidos durante a repressão de 2003 continuam na prisão, assim como outro repórter que foi detido posteriormente, indica a pesquisa do CPJ.
Depois de negociações coma Igreja Católica em Cuba, em julho Castro concordou em libertar um total de 52 dissidentes detidos na repressão de março de 2003.
Neste link estão disponíveis (em inglês) as informações sobre Juan Adolfo Fernández Saínz publicadas no censo anual do CPJ sobre jornalistas encarcerados, realizado em dezembro de 2009.