Nova York, 27 de agosto de 2010 – A maior rede de televisão do México informou que um carro-bomba explodiu hoje cedo em frente a sua sede em Ciudad Victoria, capital do estado de Tamaulipas. Não houve feridos, informou a Televisa, mas as transmissões foram interrompidas por várias horas e ocorreram danos em edifícios vizinhos.
Em sua programação, a Televisa não forneceu explicações sobre as possíveis razões de ser alvo do ataque. Segundo a imprensa local, a procuradoria geral do estado informou que um explosivo foi lançado contra a sede da polícia de trânsito na cidade quase na mesma hora.
Este é a terceira vez em duas semanas em que a Televisa, que cobre informações gerais, é alvo de ataques com explosivos. A região é foco de combates entre cartéis de droga pelo controle territorial.
“As autoridades mexicanas devem pôr fim a esta onda de violência que está colocando em risco os meios de comunicação e limitando o direito dos cidadãos de receber informações”, declarou Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ. “Instamos o governo federal a realizar uma investigação completa e a processar os responsáveis”.
Há duas semanas, outro carro-bomba explodiu no estacionamento da sede da polícia em Ciudad Victoria. Em 15 de agosto, o edifício da Televisa em Monterrey, principal cidade do norte do México, foi atacado com uma granada de fragmentação. Não houve feridos, de acordo com as informações da imprensa. No entanto, as instalações e o veículo utilizado para transmissões externas foram danificados.
Em 14 de agosto, agressores não identificados lançaram outra granada contra as dependências da Televisa em Matamoros, estado de Tamaulipas, segundo as informações da imprensa. A granada foi disparada de uma passarela para pedestres próxima, de acordo com informações do Milenio, causando danos materiais de pequenas proporções.
Em 5 de julho, um sofisticado carro-bomba foi detonado em Ciudad Juárez, outra cidade no México onde os narcotraficantes têm enorme influência e há corrupção generalizada. Este carro-bomba parece ter sido o primeiro ativado através de controle remoto por rádio.