Nova York, 22 de julho de 2010 – O jornalista cubano Alfredo Pulido López foi libertado da prisão e chegou hoje em Madri, elevando para 10 o número de repórteres que foram liberados e enviados para a Espanha como parte de um acordo entre a Igreja Católica e o governo cubano.
“Estou muito feliz em recuperar minha liberdade, mas também muito triste por deixar a minha terra”, disse Pulido López em uma entrevista por telefone ao Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). “Estou comprometido em trabalhar por uma transição para uma sociedade mais aberta em Cuba. Depois de sete anos na prisão, percebo com tristeza que meu país ainda está privado de muitos direitos fundamentais”.
Pulido López, que foi sentenciado em março de 2003 a 14 anos de prisão, chegou com sua família por volta das 14h00 (hora local), afirmou o repórter. Logo depois ele foi conduzido a um hotel em Mostoles, no sul de Madri, segundo o jornalista cubano Alejandro González Raga.
Pulido López, diretor da agência de notícias El Mayor na província de Camagüey, foi preso pela acusação de agir contra a independência ou a integridade do território do Estado. Esta infração, incluída no artigo 91 do código penal cubano, continua vigente.
“Embora estejamos aliviados com a libertação do jornalista Alfredo Pulido López, é preocupante saber que as disposições usadas para encarcerar, tanto a ele quanto a outros jornalistas, continuam em vigor”, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ. “Instamos as autoridades cubanas a reformar o restritivo sistema legal utilizado para punir o jornalismo independente e a liberdade de expressão”.
A igreja anunciou este mês que o governo cubano havia concordado em libertar um total de 52 dissidentes presos na ofensiva de março de 2003 contra políticos da oposição e o jornalismo independente, conhecida como Primavera Negra. Dez jornalistas presos durante aquela repressão continuam encarcerados, assim como outro que foi detido posteriormente, segundo uma investigação do CPJ.
Neste link é possível ler as informações sobre Pulido López publicadas no censo anual do CPJ sobre jornalistas encarcerados, realizado em dezembro de 2009.