O juiz Ricardo Mazza Moreno, do Segundo Circuito Penal do Terceiro Circuito Penal do Panamá, também estipulou uma multou de US$ 1 mil a Chéry, diretor do jornal El Siglo do Panamá, por ter violado o domicílio de Spadafora. A sentença foi emitida em 4 de fevereiro, de acordo com documentos judiciais examinados pelo CPJ, mas Chéry explicou que não foi notificado até quarta-feira.
O jornalista disse ao CPJ que vai recorrer da decisão. Chéry está livre enquanto aguarda a apelação.
Em seu testemunho na justiça, Chéry declarou que seguranças haviam dado permissão para que ele, juntamente com o fotógrafo e outro jornalista, ingressasse na propriedade de Spadafora para examinar a construção de uma estrada próxima à residência do juiz. Em 18 de março de 2001, Chéry publicou um artigo no diário El Panamá América, da cidade do Panamá, no qual alegou que Spadafora, então ministro de governo e justiça, havia usado fundos públicos para construir a estrada de acesso a sua propriedade, em benefício próprio.
Spadafora havia iniciado outras ações judiciais pelo mesmo artigo. Em 2001, Spadafora apresentou uma demanda criminal por difamação e uma ação civil por insulto contra Chéry e outros dois repórteres, segundo prestadas por Chéry ao CPJ. Em 2004, Chéry e seu colega Gustavo Aparicio foram sentenciados, cada, a um ano de prisão por difamação, mas a presidente Mireya Moscoso, em final de mandato, lhes outorgou um perdão dois meses mais tarde, segundo a investigação do CPJ. O julgamento civil contra Chéry, Aparício e a edita do Panamá América ainda está pendente.
“A sentença de prisão contra Jean Marcel Chéry segue um esquema de perseguição legal”, disse o Coordenador Sênior do Programa das Américas, Carlos Lauría. “Acreditamos que o tribunal de apelação, ao revisar a evidência, anulará a sentença e colocará um ponto final ao acosso legal contra Chéry”.