Nova York, 9 de fevereiro de 2006 – Uma jornalista colombiana foi obrigada a abandonar o departamento de Caquetá, depois de receber ameaças de morte após a publicação de sua entrevista com um líder guerrilheiro, contou a repórter esta semana. A saída forçada de Olga Cecilia Vega da cidade de Florencia é o terceiro caso, neste ano, em que um jornalista do interior é obrigado a abandonar sua casa por ameaças de morte, segundo uma investigação do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
“Condenamos esta série de intimidações contra jornalistas do interior” declarou a Diretora-executiva do CPJ, Ann Cooper. “Instamos as autoridades colombianas a proporcionarem garantias adequadas de segurança para que os jornalistas possam informar livremente, e sem temor de represálias”.
Vega contou ao CPJ que as ameaças são conseqüência de uma entrevista com o líder guerrilheiro “Raúl Reys”, das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), publicada em outubro de 2005 pelo diário El Nuevo Herald, de Miami. Vega acrescentou que, em meados de janeiro, recebeu um telefonema anônimo ameaçando-a de morte caso não saísse de Florencia.
Em 28 de janeiro, dois desconhecidos chegaram ao Hotel Royal Plaza, onde residia Vega, e advertiram o gerente que, se a jornalista não abandonasse Florencia em 48 horas, explodiriam o hotel, disse Vega ao CPJ. Segundo a repórter, a acusaram de ser guerrilheira.
Vega, que também trabalhava como chefe de imprensa e publicidade no Departamento de Saúde de Caquetá, abandonou Florencia em 1º de fevereiro. Ela negou-se a revelar seu paradeiro por razões de segurança.
Vega já havia sido ameaçada anteriormente por seu trabalho. Enquanto cobria o processo de paz entre o governo colombiano e as FARC para a RCN, em 2001, foi vítima de duas tentativas de seqüestro. No ano seguinte, precisou exilar-se por um breve período de tempo.