Miami, 29 de novembro de 2018 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) expressou hoje sua preocupação com a detenção na Venezuela do jornalista freelancer alemão Billy Six. Agentes da contraespionagem venezuelana detiveram Six no estado de Falcón, no noroeste do país, em 17 de novembro, segundo seus pais e reportagens da imprensa.
Depois de ser detido pela Divisão Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM) no Hotel Los Taques Beach, na península de Paraguaná, o jornalista foi transferido para a sede de Caracas do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN), de acordo com a organização venezuelana de defesa da liberdade de expressão Espacio Público.
Em 18 de novembro, um tribunal militar acusou Six de rebelião, “violação de zonas de segurança” e espionagem sob o código penal de justiça militar, disseram os pais de Six ao CPJ por e-mail. Se condenado, ele pode pegar até 28 anos de prisão.
Six produziu reportagens em vídeo sobre a crise econômica e social na Venezuela e a migração venezuelana, e contribuiu para várias publicações alemãs, incluindo Junge Freiheit e a conservadora Die Deutschen Konservativen eV.
“Estamos alarmados com a detenção de Billy Six na Venezuela e com os relatos de que ele foi acusado em um tribunal militar, o que não é lugar para jornalistas ou outros civis”, disse Natalie Southwick, coordenadora do Programa para as Américas Central e do Sul do CPJ, em Nova York. “Jornalistas, incluindo correspondentes internacionais, deveriam ser livres para cobrir a crise política e econômica da Venezuela sem medo de represálias.”
A assessoria de imprensa do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha informou ao CPJ que o governo estava ciente do caso e que a embaixada em Caracas prestava assistência consular. A embaixada alemã em Caracas não respondeu ao e-mail do CPJ em busca de comentários.
Nenhum dos números de telefone do serviço de inteligência militar da Venezuela estava conectado no momento desta publicação.
Six foi anteriormente detido pelas autoridades sírias por quase três meses no final de 2012, enquanto reportava da Síria, o que foi documentado pelo CPJ na época de sua libertação.
Nos últimos anos, inúmeros correspondentes estrangeiros foram detidos ou expulsos da Venezuela ou impedidos de entrar no país, incluindo um correspondente do CPJ em 2016.