Nova York, 15 de fevereiro de 2017 – As autoridades da República Dominicana devem evidenciar a motivação por trás do assassinato dos jornalistas de rádio Luis Manuel Medina e Leónidas Martínez e processar todos os responsáveis, disse hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas. Os dois jornalistas de rádio foram assassinados ontem durante uma transmissão do Facebook Live na estação de rádio FM 103.5 localizada na cidade de San Pedro de Macorís, no sudeste da República Dominicana, de acordo com reportagens da imprensa.
“A lei dominicana deve ser aplicada rapidamente para levar os assassinos dos jornalistas Luis Manuel Medina e Leónidas Martínez à justiça”, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do programa do CPJ para as Américas. “O vídeo que mostra os momentos finais dos jornalistas é um arrepiante lembrete dos perigos que a imprensa pode enfrentar ao relatar as notícias”.
Medina, apresentador do programa de notícias Milenio Caliente, foi morto na cabine de gravação enquanto filmava uma transmissão no Facebook Live. Antes que o vídeo termine abruptamente, tiros podem ser ouvidos junto com uma voz gritando, “tiros, tiros, tiros.” Um homem armado também matou Martínez, diretor e produtor da emissora de rádio, e uma secretária na estação, Dayana García, está em estado grave depois de ter sido atingida no estômago, de acordo com uma reportagem da United Press International.
Medina realizava reportagens sobre questões políticas e sociais e recentemente denunciou a poluição na Laguna Mallén, um lago protegido em San Pedro de Macorís, de acordo com uma reportagem do The Guardian. Ele também foi o anunciador oficial da equipe de beisebol Estrellas Orientales, segundo a reportagem.
Um porta-voz da polícia de San Pedro de Macorís disse ao CPJ que a polícia não poderia divulgar detalhes sobre a investigação ou um possível motivo. Pelo menos 12 indivíduos foram interrogados, de acordo com o porta-voz. Três homens que teriam relações com o caso foram presos, mas ainda não foram acusados, de acordo com a BBC.
Pelo menos três jornalistas foram mortos em retaliação direta por seu trabalho na República Dominicana desde que o CPJ começou a registrar as estatísticas em 1992, segundo pesquisa do CPJ.