Nova York, 7 de fevereiro de 2014 – As autoridades brasileiras devem investigar imediatamente o ataque contra um jornalista que foi ferido cobrindo um protesto no Rio de Janeiro na quinta-feira, disse hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). Santiago Ilídio Andrade está em coma depois de ser atingido na cabeça por um artefato explosivo, segundo as informações da imprensa.
Andrade, cinegrafista da rede de televisão Bandeirantes, estava filmando o confronto entre a polícia e os manifestantes que protestavam contra o aumento da tarifa do transporte público quando um dispositivo explodiu provocando a perda de parte de sua orelha, segundo as reportagens da imprensa. Ele passou por uma cirurgia em um hospital local.
Há relatos conflitantes sobre quem é o responsável. A polícia culpa os manifestantes, mas um jornalista da rede Globo de televisão disse ter visto a polícia atirar o artefato, segundo a imprensa.
“Pedimos que seja realizada uma investigação completa sobre os acontecimentos que levaram à lesão de Santiago Ilídio Andrade”, disse o coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría. “Nos meses que antecedem a Copa do Mundo, as autoridades devem aprender com os erros do ano passado – quando dezenas de jornalistas foram feridos ou presos enquanto cobriam os protestos – e assegurar que os jornalistas possam cobrir as manifestações com segurança”.
Dezenas de jornalistas foram presos ou tornaram-se violentamente alvo durante os enormes protestos antigovernamentais que varreram o Brasil no segundo semestre de 2013. Jornalistas foram atacados tanto por agentes encarregados de aplicar a lei como por manifestantes que alegaram não gostar da cobertura das manifestações de certas redes.