Nova York, 18 de dezembro de 2013-As autoridades argentinas devem libertar imediatamente um editor que está detido há mais de uma semana acusado de instigar a sedição, afirmou hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
Juan Pablo Suárez, editor do site de notícias Última Hora, foi preso em 9 de dezembro na província de Santiago de Estero, no norte do país, duas horas depois de filmar a prisão de um policial local, segundo as informações da imprensa. O policial, que reivindicava aumento salarial, foi atacado por um grupo de policiais e colocado em um carro patrulha, segundo as informações da imprensa. Ainda permanece sob custódia.
Sandra Wede, esposa de Suárez e proprietária do Última Hora, disse que cerca de 40 policiais invadiram os escritórios do site de notícias e apreenderam notebooks, um CPU, documentos e uma câmera fotográfica. O advogado de Suárez afirmou à imprensa que o editor havia sido detido apenas pelo fato de filmar o protesto da polícia. O vídeo foi publicado pelo Última Hora.
“É ridículo que um editor seja acusado de instigar a sedição e tenha que passar nove dias preso apenas por filmar um protesto e posterior prisão”, afirmou Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ. “Instamos as autoridades argentinas a descartar as absurdas acusações contra Juan Pablo Suárez e a libertá-lo de imediato”.
Gabriel Levinas, jornalista da Rádio Mitre e editor do site de notícias Plazademayo, disse ao CPJ que Suárez foi acusado de incitar a sociedade ao caos. Segundo Levinas, que teve acesso ao expediente, não existe evidência para sustentar a acusação.
Na semana passada, a polícia realizou várias greves em províncias argentinas reivindicando melhores salários, segundo as informações da imprensa. A violência deixou ao menos 13 mortos.