Bogotá, Colômbia, 28 de maio de 2013 – Um ataque a uma estação de rádio comunitária na região central da Bolívia constitui uma tentativa politicamente motivada de censurar sua cobertura jornalística, disse hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas que instou as autoridades a investigar o caso e prender os agressores.
“Os atacantes estão negando a seus concidadãos uma fonte de notícias e informações. Eles não têm esse direito”, disse em Nova York o coordenador sênior do programa do CPJ para as Américas, Carlos Lauría. “As autoridades precisam deter os autores deste ataque, proteger todos os canais de notícias de tais agressões, e defender o direito dos cidadãos de receber a informação de sua escolha.”
Os manifestantes invadiram as dependências da La Voz de La Mayoría na cidade central de Caranavi em 21 de maio, destruíram a maior parte dos equipamentos e ameaçaram Franz Loza, repórter que se encontrava naquele momento na emissora, segundo reportagens da imprensa. Franz Chávez, da Associação Nacional de Imprensa, sediada em La Paz, disse ao CPJ que a rádio La Voz de La Mayoría permanece fora do ar e que seu equipamento de estúdio – como consoles de som e alto-falantes – havia sido arruinado. Chávez disse que Loza agora estava se escondendo.
A emissora é uma afiliada local da rede estatal Radio Patria Nueva, de La Paz, que é vista como apoiadora do prefeito de Caranavi Teodocio Quilca, membro do partido governante Movimento Rumo ao Socialismo.
O ataque ocorreu durante confrontos entre partidários e opositores de Quilca. Divisões surgiram dentro do partido no poder, com adversários de Quilca que pedem a renúncia do prefeito, que foi acusado de uso indevido de fundos do Estado, e seus partidários, que dizem que as acusações são uma retaliação pelo início de uma investigação de corrupção contra um ex-funcionário, de acordo com reportagens.
Telefonemas feitos pelo CPJ para o gabinete do prefeito não foram prontamente atendidos.
Os manifestantes também roubaram a câmera de Juan Carlos Mazarro, jornalista da Rádio Televisão Caranavi, e impediram outras emissoras de rádio de realizarem reportagens sobre a violência, ameaçando seus repórteres e insistindo que eles transmitem apenas músicas, informou a imprensa.
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