Nova York, 25 de fevereiro de 23013 – Um radialista que frequentemente denunciava crimes em seu programa foi morto a tiros na sexta-feira no nordeste do Brasil, segundo as informações da imprensa. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condena o assassinato e pede às autoridades que realizem uma investigação completa e levem os responsáveis pelo crime à justiça.
Mafaldo Bezerra Goes, 61, que apresentava um programa de rádio na FM Rio Jaguaribe na cidade de Jaguaribe, no estado do Ceará, foi assassinado a tiros por volta das 8h30 quando caminhava de sua casa para a emissora de rádio, segundo as informações da imprensa. Os dois pistoleiros estavam em uma motocicleta e Goes foi atingido pelo menos cinco vezes na cabeça e tórax, segundo as informações divulgadas.
Membros da família disseram à imprensa local que Goes havia recebido ameaças de morte recentemente, segundo o noticiário. A polícia informou que o repórter não havia apresentado uma queixa formal.
Autoridades disseram acreditar que o assassinato possa estar relacionado às reportagens de Goes sobre crimes. “Ele morreu por causa da profissão. Ele despertou a raiva de muita gente”, disse a delegada Vera Lúcia Passos Granja à imprensa local.
Goes frequentemente denunciava grupos criminosos e traficantes de drogas da região em seu programa, segundo as informações da imprensa. A polícia afirmou no domingo que havia identificado os atiradores e que suspeitava que o assassinato havia sido encomendado por um traficante de drogas que está preso na cidade de Fortaleza, mas que operava em Jaguaribe, segundo o jornal Diário do Nordeste. As autoridades estariam procurando os suspeitos.
“Condenamos o assassinato de Mafaldo Bezerra Goes e pedimos às autoridades que conduzam uma investigação rápida, prendam os suspeitos e os levem à justiça”, disse o coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, Carlos Lauría. “Com uma onda de violência fatal se espalhando pelo Brasil, a administração da presidente Dilma Rousseff deve tomar medidas decisivas para garantir que os jornalistas possam trabalhar sem medo de intimidação”.
Um aumento acentuado na violência letal fez do Brasil um dos países mais perigosos para os jornalistas na América Latina, segundo o relatório anual do CPJ Ataques à Imprensa. O Brasil também foi incluído na Lista de Países em Risco do CPJ, que identifica as 10 nações onde a liberdade de imprensa sofreu um declínio em 2012.
Doze jornalistas foram assassinados no Brasil desde 2011, a maioria em regiões que estão fora dos grandes centros urbanos, segundo a pesquisa do CPJ. Em 2012, pelo segundo ano consecutivo, o Brasil apareceu no Índice de Impunidade do CPJ, que destaca os países onde jornalistas são mortos com regularidade e seus assassinos ficam livres.
- Para mais informações sobre o Brasil, veja Ataques à Imprensado CPJ.