Nova York, 30 de setembro de 2008 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) instou hoje o governo dos Estados Unidos a explicar sua decisão de não renovar o visto de dois correspondentes cubanos acreditados para cobrir as Nações Unidas, em Nova York.
Os dois jornalistas, Ilsa Rodríguez Santana e Tomas Anael Granados Jiménez, trabalham para a agência de notícias cubana Prensa Latina, que informou que ambos têm feito a cobertura das Nações Unidas em Nova York, com autorização, desde 2005.
Os jornalistas, que são casados, acumulam juntos, segundo a Prensa Latina, quatro décadas de experiência em Cuba e em países como Índia, Zimbábue, China e Estados Unidos. A agência também informou que eles estavam de férias em Cuba quando souberam que seus vistos não seriam renovados.
Funcionários do Departamento de Estado em Washington confirmaram ao CPJ que os vistos foram negados aos dois jornalistas cubanos, mas se recusaram a fazer comentários adicionais.
“Estamos preocupados com a decisão das autoridades norte-americanas de negar a renovação dos vistos a jornalistas da Prensa Latina acreditados para cobrir as Nações Unidas”, assinalou o Coordenador Sênior do Programa das Américas, Carlos Lauría. “Instamos as autoridades norte-americanas a explicarem as razões de sua ação”.
Uma porta-voz da Prensa Latina em Havana disse ao CPJ que, de acordo com uma carta recente das autoridades dos Estados Unidos, os dois jornalistas tiveram o visto negado por uma cláusula do Ato de Imigração e Nacionalidade que pode rechaçar o ingresso de qualquer pessoa ou grupo considerado prejudicial aos interesses dos Estados Unidos.
Em fevereiro de 2007, Cuba se recusou a renovar os vistos de três correspondentes estrangeiros radicados em Havana. Gary Marx, do Chicago Tribune, Stephen Gibbs, da BBC, e César González Calero do jornal mexicano El Universal. O governo tomou tal decisão por considerar negativo o trabalho informativo dos correspondentes sobre Cuba, conforme revelou ao CPJ.