Pistoleiros atacam diretor de diário mexicano
Nova York, 28 de janeiro de 2008 – O jornalista mexicano Octavio Soto Torres, conhecido por suas fortes críticas às autoridades locais, foi atacado a tiros por quatro pistoleiros mascarados na noite da última quarta-feira na cidade de Pánuco, estado de Veracruz. Soto e seu filho de 16 anos, que estava com ele no veículo, não foram atingidos pelos disparos, mas Soto ficou ferido quando tentava escapar.
Por volta das 21h30, Soto, diretor do matutino Voces de Veracruz, estava conduzindo seu veículo na estrada que liga as cidades de Pánuco e El Molino. Soto percebeu que estava sendo seguido por uma caminhonete, disse o jornalista ao CPJ. Alguns quilômetros mais adiante, a caminhonete cruzou na frente do automóvel e três indivíduos armados desceram e apontaram suas armas contra o jornalista.
Quando o jornalista decidiu não parar, os pistoleiros começaram a atirar. Os agressores seguiram Soto e a perseguição terminou quando ele se viu obrigado a parar porque os pneus de seu carro haviam sido baleados. Soto e seu filho, que ligou para a polícia diversas vezes, se esconderam atrás de arbustos no acostamento da estrada. Soto ficou ferido na cabeça ao se cortar com ramos de árvores quando saiu do veículo. Seu filho escapou ileso, informou ao CPJ. A polícia chegou minutos depois da fuga dos agressores.
“Instamos as autoridades locais e federais a conduzirem uma investigação rápida e exaustiva sobre o ataque contra Octavio Soto Torres”, assinalou o Diretor Executivo do CPJ, Joel Simon. “Os ataques contra jornalistas não podem permanecer sem punição. Os jornalistas têm que cumprir sua tarefa sem temor de serem intimidados ou atacados”.
O governador de Veracruz, Fidel Herrera Beltrán, condenou o ataque e instruiu o procurador do estado a realizar uma pronta investigação. O procurador especial que investiga crimes contra jornalistas foi informado sobre o ataque e o está investigando, disseram fontes ao CPJ.
Voces de Veracruz é conhecido por suas críticas às autoridades locais. Soto acredita que o ataque está relacionado ao seu trabalho. Alguns dias antes, o jornal havia publicado um artigo crítico sobre as eleições na associação de trabalhadores de cana-de-açúcar de Pánuco.
O México é um dos países mais perigosos para jornalistas na América Latina, segundo a investigação do CPJ. Três jornalistas e três trabalhadores da imprensa foram assassinados em 2007, enquanto três repórteres desapareceram. Desde que a guerra entre poderosos cartéis de drogas se intensificou, há mais de dois anos, os repórteres que cobrem estes temas têm se tornado vítimas de ameaças e assassinatos.